O segundo dia em Saint Louis foi mais calmo. A parte mais recente da cidade, do lado de lá da superfície de água que mistura rio com mar, não tem muito de notável. É uma área como as que se encontram em qualquer cidade comum senegalesa, apesar de alguns pontos ocasionais de interesse, que na realidade nunca cheguei a visitar.

Fomos até ao centro, aquele passeio agradável de cerca de 1 km que já se tornou habitual. Lá, mesmo perto da ponte, apanhámos uma Tata para a Base de Hidroplanos, como é conhecida a extensa faixa da areia que se estende desde Saint Louis, para sul. Em tempos foi uma base aérea para operações de distribuição de correio, uma rede que os franceses estabeleceram por diversas partes do seu império.

Os guias e as pessoas, de forma geral, falam logo em apanhar um táxi para lá. Não é necessário. As Tata chegam lá num instante e por um preço insignificante. E o caminho até lá é bem interessante, passando pela aldeia de pescadores, podendo-se observar de novo os aspectos da faina, e chegando pouco depois ao destino. Note-se que nos deixa logo no início da zona conhecida como Base de Hidroplanos. Esta, estende-se mais para a frente, com uma série de hotéis e outro tipo de alojamentos.

Quando visitei estavam a construir uma estrada e não posso dizer que o local estivesse especialmente agradável. Foi fácil alcançar a praia mas foi também decepcionante. Não pude deixar de pensar em Cap Skiring. Não tem nada a ver. Nem sei explicar. O mar é revolto, a praia é, passe a expressão, árida. Eu sei que é um pouco ridículo usar esta expressão, mas são coisas que se sentem e que não é fácil colocar em palavras. Simplesmente não senti vibes positivos por ali e logo quis regressar.

De volta ao centro, encontrando algo que tínhamos procurado sem sucesso: o cemitério dos pescadores. Foi avistado de dentro do autocarro e não senti aquele apelo para visitar.

Bulício da cidade antiga. Os meninos que pedem uma moeda e toda a gente que por ali circula. Sentamo-nos numa esplanada mas dez minutos mais tarde ainda não apareceu ninguém a quem pedir a minha dose diária de cerveja Gazelle. Bem, vamos lá ao Hôtel du Palais, o pouso de todos os dias em Saint Louis.

Interessante como sempre. Obtenho a minha cerveja e aprecio de novo o local. Só lamento não conseguir fotografias aceitáveis dali. A rua tem sempre carros, a circular e estacionados. Já agora, ali perto existem mais alguns bares “míticos”, mas por uma razão ou por outra acabei por não experimentar mais nenhum.

Vamos almoçar a uma tasca meio local, com um público misto de estrangeiros e senegaleses. Não correu muito bem. A comida não era nada de especial e a conta vinha inflacionada e acabei mesmo por deixar lá algum dinheiro a mais para não perder tempo e paciência e discutir a situação até ao fim.

A caminho de casa descobrimos que o barco de luxo que faz uma ligação turística – tipo cruzeiro – entre Saint Louis e Podor – está ali amarrado. Uma visão interessante. Deixou-me a pensar que seriam dias bem passados, fosse eu mais endinheirado. Acho que aquilo custa mais de 1.000 Euros, para um percurso de uns cinco dias. Isto tudo de memória.

A o resto do dia passou-se sem grandes novidades. À parte da má notícia de que o quarto estava ocupado para quando regressávamos a Saint Louis, dentro de três dias, foi tempo de relaxar um pouco, apreciar os últimos momentos naquele quarto de que tanto gostei e olhar de novo para a vista, com a Mauritânia do outro lado. Saímos para comprar abastecimentos no supermercado, onde encontrámos, claro, um português. Por fim, fomos ao Café Mouquets, outro dos pousos que se tonaram aqui habituais: ideal para comer o que se comeria num café… um bolo, uma sandes… bebidas frescas e pizzas e outros snacks. Há também refeições mas nunca experimentei. Um lugar agradável, uma espécie de oásis de frescura e de pausa de choque cultural.

 

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui