De novo em Granada. O expediente da véspera estende-se para hoje, com avanços e recuos. Por duas vezes a objectiva que procuro parece estar ao meu alcance mas as miragens diluem-se. Ajudas prometidas que não chegam, alguém que sim, tinha uma, mas já vendeu. Simplesmente não existe material Nikon à venda nas lojas na Nicarágua.

Contacto mais gente. Pessoas que me indicam outras pessoas que poderão saber de algo. Um dia de pleno expediente. Não me vou alongar mais na descrição da batalha pela recuperação da capacidade de fotografar. Pelo menos neste dia.

Deixei o hostel umas quantas vezes. Para comprar água. Para tomar uma refeição. Para adquirir algo para jantar, os artigos do costume… bananas, pão. Etc. A localização do hostel é excelente de forma que posso simplesmente deixar o que estou a fazer, sair pela porta fora, ir a qualquer lado, ao parque central, a uma loja, e voltar como se nada fosse, como se tivesse ido apenas ali à casa de banho.

O bando de bárbaros eslovenos sai para o pequeno-almoço, regressam, voltam a sair. E depois regressam e felizmente é para partirem de vez.

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O dia corre, sem sobressaltos. Apenas as emoções renovadas. Esperança, frustração. Um ciclo que se repete. Para o final do dia entro em contacto com um rapaz que diz que me vai ajudar. Que vai ao mercado Oriente (onde se compra toda a candonga em Manágua) e que quase de certeza encontrará uma lente como preciso e ma trará a Granada já que virá com a namorada passar aqui o fim-de-semana. Ver para crer. Parece prometedor e abrando um pouco. Agora é esperar.

Sem os bárbaros é um sossego estar aqui no La Floresta. O Roger apresenta-nos os papagaios, conta-nos as suas histórias.

Com o cair da noite ouve-se música. Há festa em Granada. Vou ao seu encontro, dizem-me que é na Calçada. O ambiente está espectacular. Está toda a gente na rua. No Parque Central, já de noite, não parece haver problemas de segurança. Há putos sentadaos no chão com computadores portáteis, usufruindo do Wi-Fi aberto da cidade. Namoradas, famílias, miudos na brincadeira.

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A Calçada é um local de festa. Alegria. Artistas de rua dançam e fazem momices. As esplanadas estão bem compostas. Feitas as contas o ambiente é perfeito: nem mortiço nem caótico. Mas a música não encontro. Só músicas, individuais, vindas dos diversos estabelecimentos. Foi uma expedição rápida.

Regresso atravessando o Parque Central. Há prostitutas, muito bonitas, com propostas tentadoras. Entro numa loja de conveniência, que aqui são estranhamente mais económicas do que mercearias comuns, e trago uma garrafa de Coca-Cola para me fazer companhia no trabalho.

Vou dormir cedo, pouco depois das nove horas. Levantou-se vendo. Chegam-me os sons da festa distante. É um sentir doce, que os problemas de ontem não arruínam. Ainda não sei como vou reorganizar esta viagem, quantos dias vou precisar para arranjar uma solução, mas gostaria que não fossem mais do que dois.

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