Segundo dia completo em Cartagena, uma cidade que sem me conquistar a 100% deixou-me mesmo assim muito feliz. De resto, mantendo-me afastado do núcleo histórico, da zona no interior das muralhas, não fico nada mal por aqui. É o claro excesso de turismo por ali que me desagrada.

Mesmo assim apostei num despertar matutino para percorrer de novo aquelas ruas, antes dos turistas começarem a sair. Não foi fácil, depois da noite louca da véspera, mas foi feito.

Ruas desertas. Pombos e velhotes. Nada de estrangeiros e mesmo assim poucos locais. Exploro uma série de ruas, atento aos detalhes, respirando a atmosfera cheia de história. Os edificios são magníficos.

Passado um par de horas regresso ao hostel. Tinha combinado um corte de cabelo ali, com o Ronny, barbeiro de profissão. Experiência única. E depois, altura de mudar de hostel. O meu amigo alemão também vai passar para outro, mas diferente. Combinamos ir juntos explorar a imponente fortaleza principal de Cartagena, depois de nos mudarmos.

O novo alojamento é um luxo, começando pelo incrível ar condicionado, um luxo que já não via há muito. O dorm tem apenas quatro camas, outro sinal de status. Todo o hostel está uns furos acima do que tenho experimentado na América Central. É gerido por um simpático casal de venezuelanos, tem um ambiente familiar e mais uma vez sinto-me bem aqui.

Instalo-me, relaxo, refresco e preparo-me para encontrar o alemão. Ia um pouco tenso porque estava cansado de ouvir que aquela área, onde está a fortaleza, é um pouco manhosa e não se recomenda a estrangeiros, mas não vi nada de estranho e falei com um velhote que se riu muito quando lhe confessei os meus receios e que se apressou a desmenti-los.

A fortaleza não me inspirou especialmente. É uma fortaleza, e na realidade não visitámos. O preço do bilhete era acima do que estávamos dispostos a pagar e regressámos pelo mesmo caminho. Acabámos o encontro a beber sumos naturais no fabuloso bar de sumos que tinha descoberto na véspera.

Passei o resto do dia a deambular por locais já conhecidos. Poderia ter ido para as partes mais modernas de Cartagena, tidas como muito seguras, com restaurantes impecáveis, muita cultura… mas não era bem a minha cena. As cidades latino-americanas tendem a ter estes bairros mas de facto não são os tipos de ambientes que me interessam. Creio que se é para me sentir em casa, fico em casa.

Também podia ter ido à praia, mas de novo, sendo português, não viajo para usar tempo em praias. Por isso repeti lugares que me tinham encantado. Voltei à igreja e à praça que a envolve e cheguei mesmo a entrar no templo, algo que raramente faço. Não sendo religioso não me sinto especialmente bem em locais religiosos, mas por vezes há excepções.

Andei por fora até cair a noite, caminhei até me sentir seguro, mas tudo isto foi-me desgastando e por fim regressei ao hostel para mais uma noite bem dormida. A última em Cartagena. No dia seguinte tinha um voo para Medelin e dali, segundo o plano seguiria para duas localidades em partes opostas, sem nunca pernoitar na grande cidade.

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