53. Foram 53 dias na América Latina, especialmente na América Central que cruzei sem deixar passar nem um país. Até hoje foi a minha melhor viagem multinacional. Não houve nada de que não tivesse gostado. Mesmo a experiência da queda, potencialmente fatal, me enriqueceu. Agora acordava pela última vez nesta parte do mundo. E como se tornou um hábito, estou de regresso à orige. Fecha-se um círculo. Parto de onde cheguei, revisito a cidade que descobri com imenso entusiasmo à chegada. Cidade do Panamá. Tinha chegado da Colômbia ontem, percorri os meus pontos favoritos e hoje iria descobrir um pouco mais da cidade.

O problema é que estava um dia imensamente quente. Abrasador, sufocante. E isso reduziu as possibilidades. Andar era complicado. Caminhei um pouco, é verdade, mas a cada dez minutos  tinha vontade de parar, de beber algo fresco, de procurar uma sombra.

Tinha lido boas coisas sobre o bairro de Amador e fui até lá, mas não sei se influenciado pela temperatura extrema não consegui apreciar aquela zona da cidade. Ali encontrei a sede da administração do Canal do Panamá, um teatro antigo e vastas alamedas ladeadas de palmeiras. A relva, coitada, parecia palha, completamente seca. Amador é uma boa parte da cidade, no que toca a segurança e nivelamento social, mas não seria a minha escolha.

Daqui apanhei um autocarro e fui até às ilhas. Estão ligadas à península de Amador por uma estrada conquistada ao mar. Também não gostei muito.  Estão transformadas num complexo de marinas para gente endinheirada e restaurantes caros. Mas quando digo que não gostei muito… enfim… não foi mau estar rodeado de água, o que me refrescou um pouco. E as vistas são agradáveis, para todo aquele azul e para os navios que se alinham para passar o Canal.

Basicamente foi isto. Tinha o voo para Portugal à noite e não fiz muito mais. Foi um dia de descompressão e reflexão, tempo de balanço.

Já no terminal, deu para perceber que o aeroporto da Cidade do México conquistaria facilmente o primeiro lugar no pódio de pior aeroporto onde já passei. É um caos administrado por gente rude e incompetente. Dei um suspiro de alivio quando pisei no avião da TAP, não por ser da TAP mas porque marcou o momento em que sai do aeroporto da Cidade do Panamá!

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