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Não sei como é com vocês, mas eu, quando viajo, trago uma pilhaça de papelada que não serve para mais nada do que, teoricamente,  me trazer doces memórias destes tempos, daqui a muitos, muitos anos, quando for velhinho e não me puder mexer. Desde pequeno sempre fui um coleccionador. Era gaiato e só a palavra “colecção” me despertava a atenção. Podia ser uma conversa cruzada, o nome de um programa de TV ou um livro num escaparate… estava lá! E agora que viajo, colecciono os papéis que me passam pelas mãos. Bilhetes de comboio, mapas, brochuras, dinheiro, cartões, recados… tudo o que sinta que me pode estimular a memória no futuro, for de papel, e transportável, vem para o saco. O pior é, aliás, era, depois…

Chegava a casa e não sabia o que fazer com aquilo. Passei anos a arquivar as coisas ao desbarato, deixando-as pouco melhor do que atiradas para um canto. Há uns tempos apostei numas bolsas plásticas que se vendiam no Staples, mas a bem dizer nunca foi solução que me satisfizesse. As bolsas eram rígidas e de tamanho pouco adequado, mas foram servindo. Pelo menos os maços de “recuerdos” já não se misturavam, mas não dava gosto nenhum olhar para aquilo, muito menos mexer nas colecções.

Este ano quis encontrar algo mais adequado. Passei os corredores do Staples a pente fino, e, não encontrando nada que enchesse as medidas, decidi-me a dar uma oportunidade a umas capas de cartão colorido, com sistema de fecho por elástico. Cada uma custava pouco mais de 2 Eur. Não era especialmente barato, mas lá trouxe umas cinco ou seis para ver como se saiam.

Assim que cheguei a casa fui logo ao armário onde tinha guardado aquela desgraça de arquivo, tirei cá para fora uns quantos maços, e escolhi cores adequadas. Ou seja, ligeiramente relacionadas com as bandeiras dos países em questão. Para Malta, vermelho. Grécia? Azul, claro. Conjuntos que tinham mais de uma nação… hummm… nesse caso, a bandeira do país mais importante ou que me encheu melhor as medidas. Na lombada uma etiqueta aguarda para ser preenchida. Esmero-me, tentando desenhar a letra mais bonitinha que consigo produzir, o que no meu caso, mesmo assim, não é grande coisa.

Depois, foi colocar lá dentro os conteúdos, experimentar o sistema de fecho…. olha… nada mau. Repeti os procedimentos para todas as capas, alinhei o produto acabado na prateleira e regozijei. Pronto, pode não ser ainda a perfeição, mas comparando com o que existia até agora, ficou uma maravilha. Nos próximos tempos vou continuar a usar estas capas. Tenho é que comprar mais, porque agora com o regresso da Indochina, esgotei-as.

Espero que esta experiência possa ser útil a alguém. Não consigo dar grandes detalhes sobre o produto, como referência ou endereço directo no site, mas certamente que, se for de interesse, depois de ver as imagens não terá problemas em encontrar estas garridas capas nos corredores da loja Staples (não, não estou a ser patrocinado) mais perto de si.

2 COMENTÁRIOS

  1. Ola Ricardo!!

    Revejo-me em cada palavra do teu texto, em cada pedaço de papel guardado, naquelas moedas que foram ficando na carteira (propositado, ou não) mas o melhor é levar para recordação. O pacotinho de açúcar tão diferente e até aquele talão de compra ou o stick daquele cocktail, guardo, só por que sim…
    Será um vicio? Um prazer? O que é certo é que cada vez que lhes toco, sinto uma real nostalgia de memorias. E gosto!!!
    O mais interessante, é que acabam todos os pedaços de memorias na mesma caixa, lá em cima do armário, sem qualquer distinção.

    Mas quando passar por umas prateleiras de capas coloridas, não me vou esquecer destes bocadinho.

    Obrigada,
    Alice

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