Este dia foi o inverso da véspera, um dia em que não se fez quase nada e pouca coisa correu bem. Com o cansaço acumulado e a jornada bem preenchida do dia anterior, dormi mais do que devia e a meio da manhã ainda estava a tentar resolver o problema de ter perdido o contacto com o que deveria ser nosso anfitrião por duas noites em Muscat. Situação confusa, complexa, que mexia com ter onde ficar na capital do Omã mas também com arranjar material de campismo, que estava prometido pelo tal anfitrião.

Ao mesmo tempo tentava arranjar uma forma de encontrar um velho conhecido, com quem me tinha cruzado em 2010 em Berlim, quando partia para uma viagem pela Georgia e Arménia. Era o Kamran, um homem de negócios paquistanês com uma cultura extraordinária, com quem tinha gostado muito de passar uma tarde à conversa.

Ele teria supostamente tirado este dia para passar connosco, mas obrigações de trabalho fizeram com que as coisas fossem de outra maneira. De repente tinha que tomar a decisão de ir com ele até Abu Dhabi para depois regressar, podendo conhecer a famosa mesquita que existe naquela cidade, mas abdicando de qualquer outro programa. Pelo Dubai queria ainda ver a marina, talvez voltar a cruzar o canal de barco e visitar um ou dois couchsurfers com quem tinha estado em contacto.

Contra o conselho do Ashraf, que neste dia entrava no trabalho mais tarde, decidimos ficar pelo Dubai. Talvez tenha sido um erro, mas tenho a impressão que naquele dia não haveria uma solução.

Começámos por apanhar o metro para ir comprar o bilhete para o autocarro do dia seguinte. Da estação de metro mais próxima até aos escritórios da empresa de camionagem omanita, são cerca de 700 metros, e é um passeio agradável, por uma avenida que não tem muito a ver com o Dubai sumptuoso.

Há pequenas lojas e escritórios de aluguer de carros e escolas de condução. Até que se chega ao destino. Compramos os bilhetes sem problemas. Para o dia seguinte, com saída as 7:30. Tudo tratado com eficiência. A partida é mesmo dali defronte do escritório. Primeiro problema resolvido.

Regressar a pé ao metro. Já é hora de almoço. O dia avança sem render. Agora, para chegar à Marina, o percurso é bem mais longo do que esperava, talvez uns 30 minutos. Depois há que caminhar mais um pouco. O relógio não pára, e a marina não é nada de espantoso, que desapontamento… o dia está quase a acabar, temos talvez mais uma hora de luz dia, uma hora e meia no máximos. Vamos mas é para casa, que se lixe o Dubai! Nem vou visitar os outros. Quero encerrar o problema da dormida em Muscat e partir.

Em casa descubro que posso ficar com outro anfitrião e também que o meu suposto, original, anfitrião estava em viagem pela Ilha da Reunião, mas que tinha deixado tudo pronto para nós e a chave com o vizinho. Mas começo a preferir outra solução, sobretudo desde que vi onde ele vive… a cerca de 45 km do centro de Muscat!!

Descansamos um pouco. O Ashraf vem a casa, na sua pausa para jantar, e Kamran que não se despacha. Tenho fome. Combinámos jantar num restaurante paquistanês. Por fim chega, poucos minutos antes das nove. Um forte abraço e lá vamos, no seu carro, na companhia de um jovem colega dele. Tinham vindo directos de Abu Dhabi!

O jantar foi memorável. Excelente comida e não menos excelente companhia, grande conversa, uma boa barrigada, com o regresso a “casa” já relativamente tarde e a tempo para uma última futebolada na companhia do meu amigo do Dubai, e logo com a sua equipa de coração… um Torino 2 Milão 2 (sim, ele é adepto do AC Milan).

Assim que o jogo termina vamos todos dormir, que o dia seguinte começará cedo… daí a quatro horas.

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