O único dia completo no Brunei, e como viria a perceber, só metade dele teria sido suficiente para esta visita. Até acordei bem disposto. Dormi bem, como não acontecia há muito tempo. A cama era confortável, as imediações eram silenciosas e a ventoinha de tecto oferecia um fresquinho bem bom.

Comi qualquer coisa, a anfitriã saiu. Deixei-me estar um pouco mais na preguiça. Saí às 8 horas, caminhei até à paragem de autocarro, esperei um pouco, não muito, e logo apareceu o mini-bus para o centro da cidade. “So far so good”.

Só que a capital do Brunei é mesmo… pequena. Quer dizer, é uma cidade de 100.000 habitantes, mas a população está dispersa, há ocupação em grande área, no que toca a habitação e tecido económico. Mas o centro, é basicamente inexistente e desprovido de pontos de interesse. Se disser que em 10 minutos se dá a volta completa, não estou a exagerar. Atracções? Não há. Ah! A mesquita que vi na véspera. Um museu com património do Sultão. E mais… hum… nada.

Bem, mas a verdade é que não comecei por aí. Queria espreitar um pico com uma antena que tinha visto à entrada do centro da cidade. Saltei para fora do autocarro e ataquei a subida íngreme… mesmo íngreme. Com calor tropical, muita humidade, o suficiente para me deixar a escorrer. Cheguei lá acima para descobrir duas coisas: uma, que a vista não era nada de especial, a outra, que se iniciava ali um trilho de caminhada pela floresta, o que achei uma excelente ideia. Isto não estava no plano mas não consegui resistir. Pelo menos um bocadinho. Fui andando, e foi bom. Para ser sincero, foi o melhor do Brunei. Suei, suei e voltei a suar, tanto que me lembro apenas de uma situação assim, em São Tomé. Não sei de onde vem tanta água, como é possível. Uma pessoa escorre, com esta humidade. Andei uns 2 km em cada direcção. Com tempo teria progredido mais, mas estava tão suado, quer dizer, o “mal”, já estava feito, mas não me imaginava a andar pela cidade depois de uma caminhada na floresta.

Vi macacos, mesmo ao pé de mim, numa árvore. E mais macacos, um pouco mais longe. Vi também um esquilo. Subi e desci, diverti-me. Mas chegou a altura em que decidi voltar para trás.

Já na cidade descobri o que já disse: que é completamente desprovida de interesse. Levantei dinheiro – a mais do que viria a necessitar mas felizmente o Dólar do Brunei é usado em Singapura e vice-versa – comi um “Blizzard” no Dairy Queen, de banana e morango, que tanto tinha gostado no Vietname. Mas este era diferente e nem isso me deu grande gosto.

Pensei em ir à aldeia sobre estacas, do lado de lá do rio, mas três coisas me desmotivaram: a atitude dos barqueiros, o estado agitado da água e a velocidade a que eles andam. Fiquei só a olhar, ainda a hesitar, mas não.

Visitei o posto de turismo e o seu simpático funcionar, basicamente a única pessoa simpática e agradável com que me cruzei no Brunei (ah não, houve outra!). Mas o que ele me sugeriu já eu tinha visto.

Usei os meus 30 minutos de acesso Wi-Fi gratuito, dei mais umas voltas, memorizei alguns pontos – restaurantes, lojas, etc – e… voltei para casa. Estava o Brunei visitado.

Deixei-me estar a acertar trabalho, dormi, escrevi, li. E li mais. Fiz uma pausa na ronha para ir ao supermercado local comprar abastecimentos para o jantar e pequeno-almoço seguinte, comi, soube-me bem, voltei à ronha. A passagem pelo Brunei não foi um falhanço. Não gostei nada daquilo e menos ainda das pessoas, mas o descanso soube-me bem e permitiu-me colocar o diário em dia.

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