Este foi um dia preguiçoso. Considerando o estado lastimável em que cheguei a Timor Leste até surpreende só ter acontecido ao terceiro dia. Dili estava vista, bem explorada e apreciada. Mais do que isto, só noutro ritmo, de quem vive num local, não tanto de quem o visita. E sinceramente não havia condições para visitar outras partes do país: não só a energia escasseava como os transportes são quase inexistentes e, quando os há, morosos. Além de tudo isto, porque causa da intoxicação alimentar e das eleições em Timor a visita ao país foi amputada de três dias inteiros.

De manhã foi com a Katy para a cidade. Ela tinha uma série de coisas a fazer, neste dia havia um serão de fados lá no hostel com que ela colaborava e havia que organizar. Fomos buscar umas caixas de vinho ao supermercado português Pateo, onde estão disponíveis todos os produtos que se encontram nos nossos supermercados em Portugal. Sumol, Compal, Super Bock, Nova Açores, Mimosa… está tudo aqui.

Estava a começar o dia com um duche de portucalidade e assim iria continuar. O pequeno-almoço foi tomado na Padaria Brasão, onde se pode comer qualquer coisa tal e qual como num café português… o galão, a bola de berlim, a sandes mista, o pastel de nata.

Mais tarde chegou o almoço. O Ricardo, o outro, o marido, o meu homónimo, encontrou-se connosco, imagine-se, no Restaurante Tavirense, onde uma vez mais tudo era uma réplica de Portugal. O menu era encantador. Decididamente tinham-se acabado os dias dos noodles e caris. Aqui era caso para um Bacalhau à Brás!

 

A tarde foi passada em casa, a ler e nada mais. Só olhar para a paisagem e descansar os ossos. Isto se bem me lembro.

Depois, aproximou-se a hora do pôr-de-sol e decidi ir lá abaixo à praia. Aquilo era uma caminhada curta, umas poucas centenas de metros. Cheguei mesmo a tempo de um espectáculo grandioso, talvez o melhor pôr-de-sol que já vi, com o céu a pintar-se totalmente de tons de laranja que eram reflectidos sobre a superfície do oceano. Uma embarcação tradicional de pesca compunha o cenário.

Fiquei por ali até a escuridão começar a adensar-se e subi, para mais um serão tranquilo. No dia seguinte iríamos a Liquiçá. Tinha colocado de lado a ideia de visitar Ataúro, uma ilha que se vê de Dili, e para onde há ligações regulares. O cansaço e a falta de vontade de arriscar qualquer imprevisto que me fizesse perder os voos de regresso a Portugal assim o decidiram.

 

 

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