Para ouvir uma música tracional búlgara, click no controle acima. Trata-se de um tema das montanhas Rhodopes, onde os pastores tocam ume melodiosa gaita de foles acompanhada com voz.


E pronto. The end. Às 5 de manhã toca o despertador. O Sam acorda também, para me chamar um táxi. Cinco minutos depois a viatura detém-se em frente ao edíficio e damos um caloroso abraço. Fiz mais um amigo. Entro no táxi, e peço para seguir para o aeroporto. Por vias das dúvidas, como geri o dinheiro romeno de forma a não ter sobras, o Sam tinha-me dado umas notas extras, que, no fim, foram necessárias apenas para deixar uma generosa gorjeta ao condutor. A minha gestão tinha sido de tal forma exemplar que me restou o dinheiro exacto para pagar o serviço. O taxista não falava em inglês, mas depois de eu admitir que compreendia razoavelmente essa língua, despejou toda a sua vida, enquanto servia de cicerone, mostrando à esquerda e à direita, os pontos de interesse da cidade por onde passávamos. A bem dizer acho que ele me engrupiu um pouco, dando umas discretas voltas desnecessárias. Mas não me importou. Não seria à última da hora que me iria aborrecer. E então fiquei a saber que o distinto motorista tinha ido para Cluj rapazote, estudar para engenheiro agrónomo, mas que a revolução de 1989 lhe tinha acabado com as perspectivas de emprego, fazendo encerrado as milhares de cooperativas agrícolas socialistas. Então, com mais uns amigos, comprou umas viaturas e começou o negócio dos táxis.

O aeroporto de Cluj pouco mais é que um barracão. Cheguei bem antes de tempo, passei pelas formalidades num ápice e esperei o tempo necessário na porta de embarque. Em Milão, fui o primeiro a estrear o controle de passaportes. Não sei como, simplesmente fui o primeiro a lá chegar. Mudar para as partidas. Esperar. Esperar. Embarcar. Voar. E estou de volta a Portugal.

Foram 30 dias. 3 países. 10 paragens. 10 anfitriões. 2900 fotografias. 450 km caminhados. E balanço: a viagem foi positiva. Correu admiravelmente segundo o plano estabelecido. Nenhuma contrariedade. Uma experiência enriquecedora, muita gente conhecida, algumas amizades criadas. Imagens espectaculares captadas com os olhos e a Nikon. Alguma decepção, contudo: ambos os países estão mais próximos do estilo devida ocidental que é o meu do que esperava. Falhou a experiência de um exotismo antecipado, a influência oriental, mesmo ali ao virar da esquina, é apenas um espectro. Um pouco como a influência árabe no nosso país. A Bulgária é bastante mais pobre do que a Roménia. Os búlgaros são mais amigáveis que os romenos, que são a modos que neutros. Na realidade, os búlgaros derretem-se todos a partir do momento que compreendem que se é estrangeiro. A face neutra abre-se num sorriso, estão sempre prontos para ajudar, para agradar. Gostaria de ter experimentado mais o espaço rural, mas não calhou. A jornada centrou-se nas áreas urbanas, entrecortada a tempos por incursões rústicas. Isto foi ditado pela gestão de tempo e por adivinhadas dificuldades comunicacionais em deslocações para zonas mais remotas. Numa próxima visita esta lacuna será colmatada. Tenho promessas de um tempo inesquecível nas montanhas, por vários dos meus anfitriões e contactos. E não duvido que o será. Fica registado o desejo de regressar, mais à R0ménia que à Bulgária, o que, suspeito, foi gerado pela influência do tempo, mais ingrato na fase búlgara da viagem e muito mais sorridente na digressão pela Roménia. E pronto. Até à próxima.

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