Depois da noite do dia anterior ter sido temperada por algum alcóol e por um ligeira entrada pela madrugada, interrompida apenas pela premência em apanhar o último metro, hoje dei-me ao luxo de dormir sem limites. O resultado, ao contrário do que se possa pensar, considerando o esforço físico dos dias que se têm pensado, não foi exagerado: pelas 10:30 estava a acordar, sensivelmente oito horas depois de ter sido embalado pela cómoda cama do Carlos. Pois, na realidade era suposto ter dormido no sofá da sala – que também não é de desprezar no que toca a conforto – mas olha, cheguei primeiro a casa, tomei logo de assalto o melhor pouso. Como paga fui acordado ao pontapé – mas com boa disposição – pelas sete da matina, quando o nosso folião resolveu finalmente regressar ao lar. Interrupção de pouca monta no meu bom sono, que como disse, se prolongou ainda por mais de três horas.

Abri os olhos, apurei os sentidos e conclui – erradamente – que estava sozinho em casa. Ou seja, sem chaves, feito refém. Considerando que tinha um avião para apanhar mais tarde, não queria sair sem confirmar que poderia entrar a tempo de recolher os meus tarecos e seguir para o aeroporto. Uma hora depois, já com o e-mail verificado e tudo o que poderia fazer para queimar tempo esgotado, resolvi-me a telefonar ao bom do anfitrião. Não atende. E qual não é a minha supresa quando uns segundos depois me entra pelo quarto de ar estremunhado, não disfarçando uma sumptuosa ressaca. Foi só o tempo de confirmar que poderia voltar a entrar em casa, e pus-me a mexer para um passeio quase errante por bairros periféricos de Madrid. Foram 12 Km de marcha, encontrando uma cache aqui e outra acolá, até perfazer sete achamentos e uma falhada. Pelo meio, tive que enfrentar uma suspeita (infundada) de ter rapinado no supermercado e, mais tarde e sem qualquer relação, uma necessidade intestinal súbita, que felizmente me apanhou em local ermo.

Regressei a tempo de descansar durante cerca de uma hora, durante a qual o meu anfitrião tirou uma soneca depois de uns dedos de conversa. E posto isto, foi marchar pausadamente para o aeroporto, sem sobressaltos. O que se passou a seguir terá sido pausado em excesso: o aeroporto de Barajas, digo-o assim descaradamente, é a coisa mais desorganizada que já me foi dado a conhecer nestas coisas de instalações aeroportuárias. A conclusão chegou hoje, mas já vinha tomando formas a cada uma das quatro passagens pelo local. O check-in até correu bem, mas depois… uns quarenta minutos de atraso no embarque. A seguir, o climax: depois de rolar uns quilómetros pela placa, o “meu” avião dá de caras com um monumental engarrafamento. São cerca de nove aeronaves que esperam a sua vez de descolar, mas quando estamos quase na posição de saída olho para trás e já conto para cima de quinze.  Talvez tudo isto tenha sido consequência da greve geral da véspera, mas é demais! Mais coisa menos coisa foram duas horas de atraso na descolagem.

Tabela de Despesas

03,00 Eur Bilhetes de Metro
04,50 Eur Supermercado

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