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Corria o ano de 1991 e a Lituânia havia reconquistado a sua independência há uns meses. Numa fria noite de Dezembro um alemão e três belgas deitam abaixo umas cervejas no bar Stikliai, e é então, sabe-se lá como ou porquê, que nasce a ideia para a criação do primeiro In Your Pocket. Seria dedicado, claro, a Vilnius.

Mas o que é isto do In Your Pocket? Posto por poucas palavras, é o conceito do guia turístico gratuito, financiado por publicidade e disponibilizado através de três canais: primeiro, para consulta regular no website; segundo, para download em formato PDF do guia paginado enquanto tal; terceiro, o tal guia devidamente impresso em papel, e distribuido gratuitamente (ou não) em pontos específicos das cidades em foco.

Existem méritos evidentes no projecto. O primeiro será o carácter gratuito da informação; o segundo será a possibilidade de dotar de guias turísticos pequenas cidades com pouco caudal de visitantes que de outra forma, sob as regras exigentes do mercado, não teriam um guia convencional publicado.

Actualmente existem quase duzentos guias publicados e actualizados regularmente. A maioria é sobre cidades da Europa Central e de Leste, algumas na Alemanha, umas quantas na Holanda, um par no Reino Unido e na Itália. Consultar a lista completa é um espanto. No bom sentido. Porque há algo de maravilhoso em encontrar guias de viagem para locais de que nunca ouvimos falar. Vá, honestamente, quem é que conhece Yevpatoria ou Sergiev Posad?

É claro que às vezes se torna um pouco aborrecido procurar a informação entre toda aquela publicidade, mas é preciso pensar positivo: é sinal de que o projecto está a prosperar e não deverá morrer em breve, e isso impõe-se porque é precioso. Já usei uma série de guias In Your Pocket. Daqueles que só mesmo no In Your Pocket se encontrariam, para além dos grandes calhamaços, caros e muitas vezes inúteis, dedicados a países inteiros ou mesmo regiões ainda mais abrangentes, como Europa do Leste.

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In Your Pocket foi o guia que precisava para tirar algumas ideias sobre o que ver e fazer em Tallinn ou em Helsinquia nos poucos dias que passei em cada uma destas cidades sem ir a mais lado algum na Estónia e na Finlândia. E depois, sendo um PDF, é a ferramenta ideal para aproveitar os tempos mortos que o viajante passa em trânsito. Assim que me meti no ferry em Helsinquia, abri o PDF do In Your Pocket de Tallinn no meu computador e depois foi só tomar notas. Perfeito.

Quem preferir pode consultar a informação no website, onde encontrará uma espécie de portal para cada um das quase duas centenas destinos abordados pelo In In Your Pocket. Quanto à versão impressa as coisas não são tão simples porque muitas vezes ou está esgotada ou simplesmente é demasiado complicada de encontrar. Por vezes vejo-a por ai, sobretudo em hósteis, mas raramente lhe pego. Prefiro a informação digital. Não tem peso. Literalmente.

Geralmente o “livro” inicia-se com uma introdução à cidade, onde se fala do clima, dos acessos, da história… depois, passa-se para os eventos culturais agendados (ah pois é, neste formato é possível publicar sucessivas edições e manter assim a informação sempre actualizada), para as directorias de alojamento (ordenado por categorias de preços), para os locais onde se pode comer bem, e depois os cafés e bares, chegando por fim à secção mais útil: “O Que Ver”. A fechar, a directoria comercial e os preciosos mapas. É muito por um preço tão baixo. Ou seja, por nada.

Suponho, sem certezas, que os guias In Your Pocket funcionarão em regime de franchising. Fará sentido. Já a inexistência de títulos dedicados a cidades da Europa Ocidental ou mesmo de outras partes do mundo é uma questão para a qual não encontro possíveis explicações.

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