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Dia reservado para uma visita ao famoso lago Bled, que será talvez o expoente máximo do turismo na Eslovénia. Deixámos a visita para esta Segunda-feira por duas razões, e ambas se viriam a revelar acertadas: primeiro, porque a metereologia indicava que este seria o melhor dia dos que passaríamos no país; segundo, porque haveria certamente menos gente em Bled do que no fim-de-semana. E assim, lá fomos, no carrito alugado, rolando, para fora de Ljubljana, sem problemas. Mais uma vez ficou a sensação de ser muito simples de conduzir por aqui, apesar da má atitude dos eslovenos ao volante.

A viagem tem uns 35 km e faz-se de forma descontraida, por uma estrada sem curvas que atravessar diversas localidades. Agora, viria o principal desafio: estacionar o carro sem pagar. Porque em Bled todo o cantinho é a pagantes. Ou então está reservado. Mas não há nada que bata o engenho lusitano, e lá encontrámos uma área aparentemente afastada do centro mas com um atalho excelente que leva direito ao lago e onde se podia estacionar sem se infringir nenhuma lei local.

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A primeira vez que se vê Bled, o seu lago, a ilha com a igreja e o castelo lá no topo da montanha… wow… é uma visão e pêras! Compreende-se logo o encanto magnético que o local tem para todos os eslovenos e para os muitos visitantes que aqui acorrem. Mesmo com as condições climatéricas longes do ideal, é uma janela aberta para a beleza bucólica abstracta. Imagine-se no pico do Outono, quando toda esta natureza se enfeita com os tons quentes dessa época… ou num Inverno rigoroso, com a neve a cobrir esta maravilha.

Chegados ao lago, logo começámos a caminhar na direcção oposta à da localidade, ou seja, aproximando-nos da ilha. Foi um passeio que se podia ter extendido até se fechar o círculo, porque creio ser possível contornar o lago a pé. Mas preferi guardar a energia para outras aventuras, e chegando ao ponto mais próximo da ilha iniciou-se o caminho de regresso. O sol fez a sua aparição, tal como prometido, e por uns momentos emprestou umas cores surpreendentes a tudo aquilo. Foi o melhor que tivémos e veio na altura certa.

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Da caminhada não há muito a dizer. Os olhos oscilam da ilha com a igreja para o castelo lá no topo; por vezes pousam na aldeia de Bled, outras, atentam em detalhes: os patos que por ali vivem, os barquitos a remos, os “putos” que fumam um charro num banco de jardim. Fiquei a pensar como seria ser-se jovem e viver em Bled. Provavelmente uma espera cíclica, todos os anos, pela única altura em que algo diferente se passa na “parvónia”, a chegada do Verão e todos os viajantes que acorrem, os amigos que se fazem, os amores que se vivem… para logo a chama se apagar, e a vida recolher-se perante a chegada do Inverno e de mais um ano de espera.

Chegados ao ponto mais próximo da ilha, iniciámos o caminho de retorno. Considerámos brevemente alugar um dos barcos a remos, mas nem o interesse era muito nem o preço era agradável, o que é já um costume na Eslovénia. Portanto, fomos a Bled, a localidade. Simpática, pequena e, num dia como o de hoje, com o número certo de pessoas a passear por ali, junto à água. Vimos patos e cisnes deslizarem sobre a superfície do lado. O céu estava de novo cinzento. Nada de novo, portanto.

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Todos os eslovenos que conhecemos nos tinham falado nos bolos tradicionais de Bled, e tinhamos até a indicação específica de uma pastelaria que deveriamos procurar. Procurámos. Encontrámos. E não podia ser pior. O serviço é uma coisa surreal, de antipatia e má-educação. Muito esloveno portanto. Pelo menos, por assim dizer, é algo genuino e local. E os bolos, nada mais que um monte de creme, pelo qual se paga TRÊS Euros. Sim, isso mesmo, 3 Eur. E não pense o leitor que estou a falar de um bolo grande. Não, tamanho normal, dos que custam 1 Eur e pouco em qualquer pastelaria em Portugal.

Com aquela má impressão a pairar, fomos buscar o carro para nos dirigirmos à surpresa do dia, que tinha deixado para as últimas horas em Bled: o Gorge Vintgar. E o que é isso? É um curso de água que progride de forma rápida por um canyon escavado nas formações rochosas. Uma espécie de Plitvice para pobres, que por pouco me escapava. Foi por mero acaso e já no último dia de preparação da viagem que me chegou ao conhecimento. E tão perto de Bled, a uns meros 4 km por estrada.

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A informação que tinha é que se pagava um bilhete de 5 Eur para entrar no “gorge”, um preço que na altura me pareceu perfeitamente razoável. Mas quando chegámos lá tinhamos uma (aparentemente) má surpresa à nossa espera: aquilo estava fechada. Tornou-se evidente que só abria na época alta, Primavera-Verão. Estávamos a olhar para a barreira que simbolicamente vedava o acesso ao trilho e a pensar no “vai-não-vai” quando vimos umas pessoas aproximarem-se, vindas de lá de dentro. Era um casal de namoraditos. Depois, mais umas pessoas. Parece que a barreira não é para ser levada a sério. Então lá vai disto! Passámos e rapidamente entrámos no mundo das maravilhas. Aquilo é uma coisa que não pode ser descrita por palavras. O curso de água, limpidas como nunca vi, acelera aqui e acolá, saltando sobre as rochas em momentos de cascata, para logo se acalmar e respousar em lagoas de uma enorme profundidade, mas cujo fundo se vê com a clareza de uma poça.

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Ao longo do passeio existe um passadiço feito de madeira, sem o qual não seria possível por ali caminhar. A espaços encontra-se em evidente mau estado, sem nunca se tornar efectivamente perigoso. Mas compreendo que não se encontra em condições para estar acessível ao público em geral, dai o parque estar encerrado. Mais à frente encontramos uma equipa de carpinteiros que se encontra precisamente a reparar um troço e é evidente que tudo aquilo vai ser visto e revisto antes de abrir oficialmente portas para a época de 2013. Por gestos perguntei aos carpinteiros se dava para passar… facilitaram, e prosseguimos. Cada passo neste trilho é puro prazer. Há ainda muita neve por ali, apesar de estarmos em meados de Abril. Por fim o caminho estava mesmo interrompido. Outra equipa, apetrechada com capacetes e material mais pesado cortava árvores que na encosta quase vertical poderia ameaçar cair sobre os visitantes indefesos. Dali não pudemos prosseguir. Paciência. Gostaria de ter ido até ao fim, mas cada momento ali valeu ouro. E nem pagámos os tais 5 Eur.

Ao serão, ficámos a saber que a mãe do Miki “exigia” conhecer-nos e deveriamos ir almoçar no restaurante de comida sérvia onde ela trabalhava. Bem, isso afectava um bocado os nossos planos. Já não parariamos em lado algum antes de regressar a Pazin para a última noite desta jornada, mas depois da hospitalidade deste grande amigo, nem pensar em negar.

1 COMENTÁRIO

  1. Amigo deixo algumas dicas sobre Luanda
    Normalmente sempre que alguém chegava a Luanda, ou tinha já casa própria ou se instalavam nos hotéis nos quais os mais famosos eram o Continental no Largo do Baleizão, o Kate Kero no Largo de Serpa Pinto ou o Hotel Turismo na Avenida dos Restauradores ao LADO DA FAMOSA Cervejaria AMAZONAS que o antigo dono ainda instalou uma na Avenida Almirante Reis em Lisboa com o nome ao contrário SANOZAMA, Se o ele estava na Força Area em Luanda estava na Base 9 ao pé do Aeroporto e normalmente as pessoas tinham os seus trabalhos e iam lanchar ás pastelarias “Portugália”, “Paris”,”Versailhes”,”Mutamba” e “Suissa” e mais para a noite no “Baleizão” que serviam as suas belas cassatas de gelados Italianos ( gelados em Angola se chamavam baleizões) isto tudo na baixa de Luanda.Também se frequentava as cervejarias “Mónaco”, “Zurique”, “Amazonas”,” Escondidinho”,” Floresta “ “Baia” “Bar Americo” “ Bar São João”e muitas mais,nos Bairros periféricos a Luanda.
    As compra para além do Jumbo Pão de Acucar que foi inaugurado em 1973, também se faziam compras nas famosas casas da baixa de Luanda,” Grandes Armazéns do Minho”, “Catonho Tonho”,”Quintas e Irmãos”,” Voga” e muitas mais, quando se queria uns panos para as costureiras que existiam em Luanda por todos os Bairros ( muitos de nós comprava-mos os tecidos e mandava-mos fazer as nossas farpelas ( roupas ) camisas, calças e até os Blusões ia todo o mundo Luandense aos “ Armazéns da GAJAJEIRA” ( tinha este nome porque em frente no passeio existia uma enorme árvore do fruto gajaja) As noites eram por nós passadas em amenas conversas em muitos Pub e Restaurantes com esplanadas, tais como “Restinga” na Ilha e ao tocante a boîtes havia o Tamar e a Gruta onde só iam homens pois Luanda naquela época era um pouco Conservadora, ia assistia-se a belos espectáculos de Teatro a revista, striprease e espectáculos de música ( mais de fados ) e canções populares.
    Fins de semana frequentávamos as praias da Ilha de Luanda, da Corimba, do morro dos Veados do Futungo de Belas e muitas vezes as praias da Barra do Quanza ou Palmeirinhas, nestas duas por ser a mais ao menos 40 kmºs de Luanda levava-mos o farnel ( arroz de frango ) embrulhados em Jornais para ficar quentinho, com as geladeiras cheia de gelo para as bebidas ficarem bem frescas.
    Veja no Luanda Tropical:
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    No final pode apagar este comentário pois nada diz com este seu post
    Um grande Kandandu
    [email protected]

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