Quando acordei ainda não tinha decidido se seguia já para Na’in ou se ficava mais uma noite por aqui. Eram oito horas e tinha dormido bastante bem. Levantei-me para ir ao xixi e dei de caras com o pequeno-almoço. Na realidade, tinha sonhado – literalmente – com um pequeno-almoço. Não sabia se estava incluído na estadia, e estava.

Fui-me logo a ele e soube que tinha sido conquistado. Mais uma noite será. Excelente refeição, feita de qualidade e variedade. Servi-me de pão, quentinho, e queijo (tipo feta). Trouxe chá, que repeti três vezes, e um copinho de leite (preciosidade no Irão). Comi melão e tâmaras e ainda bolo. Havia pepino, tomate, e comida quente. Quem quisesse podia fazer torradas e barrá-las com manteiga. Uma excelente forma de começar o dia.

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E depois fui à descoberta, de novo. Caminhei até ao Templo do Fogo. Valeu pelo passeio, por ruelas não muito diferentes das que cruzei ontem, mas sem turistas. O local em si aborreceu-me. Tinha conhecido um afegão que caminhou comigo durante um bocado. Comprei o bilhete, que não foi especialmente caro (1,25 Eur) e feito isto, o afegão começou a falar comigo e a discutir com o tipo da bilheteira. Das duas uma: ou queria que o ajudasse com dinheiro para a entrada, ou queria que o outro me fizesse o preço especial para nacionais.

Lá dentro… bem… diz que é uma chama eterna que arde há centenas de anos. Podem dizer o que quiserem. O que eu vejo é uma chama eterna e um edíficio moderno a envolvê-la, com um anexo com uma série de textos a explicar o Zoorastrismo. Chato. Vim-me logo embora.

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E no regresso encontrei as primeiras pessoas verdadeira e genuinamente simpáticas no Irão (sem contar com os meus anfitriões, claro). E quem seriam… o pessoal das obras. Uns putos de vinte e poucos anos que fizeram uma festa, uma pose solene para a fotografia e muitos agradecimentos.

Regressei pelas mesmas ruas, mais coisa menos coisa. A caminho de “casa” encontrei uma casa de câmbio com uma cotação bem mais simpática e troquei os tais 100 Eur que já começavam a fazer falta. Para celebrar comprei uma romã, que custou 0,12 Eur.

Ainda pensei em beber um sumo de fruta, mas quando entrei na loja uma estrangeira protestava com o vendedor. Encontrei-a mais tarde, a visitar uma mesquita e perguntei-lhe quanto tinha custado o tal sumo… ficámos à conversa… também ela estava um bocado agastada pelas pilantrices dos iranianos. Nos cafés, nos táxis, nas lojas… sempre a cobrar a mais.

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Como no final de tarde anterior, nesta manhã as ruas estavam bem animadas. Entrei no bazar, mas não me entusiasmou. Não tinha aquele toque tradicional, aquela magia oriental. Quase um centro comercial ao longo de corredores. Não me demorei muito.

Voltei para o hostel por outro caminho, em parte sobreposto ao que tomei na véspera quando dava os primeiros passos em Yazd. E por lá fiquei.

Hoje seria o dia do repouso. Tomei um duche, almocei a romã e um bocado de pão, escrevi, trabalhei. Descansei. O resto do dia todo. Soube mesmo bem.

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Encomendei um chá. Dizia que vinha servido com tâmaras. Por 1,50 Eur pensei que trazia duas ou três tâmaras para adoçar a bebida. Mas não… apresentam-me uma bandeja prateada com um bule suficiente para servir quatro chávenas, e na minha vinha um pau com um favo de mel. Além do açúcar – trivial – uma tigela com tâmaras! Uma tigela! E que boas eram. Adoro tâmaras e nunca tinha comido umas tão suculentas, uma iguaria. A sério, só por elas teria pago o valor da encomenda.

Entretanto conhecimento com malta… estava sentado a ler, comecei a ouvir espanhol, mas não conseguia perceber o sotaque… vai daí levantei-me e fui perguntar. E afinal era o Valerian, da Bélgica, e a Bia, brasileira. Ficámos à conversa um bom bocado, sobre aqueles assuntos que sempre se falam entre malta que viaja assim… recomendações, estórias, experiências, comparação de trajectos….

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