O sanatório Durán fica perto da capital da Costa Rica, nas imediações de uma pequena cidade chamada Cartago. Foi um importante centro hospitalar entre 1910 e 1920, especialmente activo na luta contra a tuberculose. O seu criador, o Dr. Carlos Durán, ex-presidente da Costa Rica, tinha uma filha afectada por essa praga que no tempo era a tuberculose, o que o motivou a levar ainda mais a sério o seu projecto.

Foi pelo padecimento da sua filha que conheceu o sanatório Loomis, perto de Nova Iorque, onde ela esteve internada. Foi inspirado no modelo daquele que na altura era o melhor hospital especializado na luta contra a tuberculose nos EUA que o Dr. Durán começou a preparar a criação do primeiro sanatório da América Central, aqui mesmo, onde hoje o podemos visitar.

As influências políticas de Durán permitiram-lhe avançar com o projecto, até porque já tinha criado, com bastante sucesso, o hospital psiquiátrico Manuel Antonio Chapuí. Em 1915 foi então aprovada pelo Governo a criação do sanatório, tendo-se comprado para o efeito uma quinta, segundo o perfil traçado pelo Dr. Durán: altitude, zona ventosa e húmida, abundância de água potável, temperaturas amenas.

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A primeira fase da construção terminou em 1918 e desde essa altura até ao encerramento definitivo, em 1973, nunca se parou de se adicionar módulos ao projecto inicial.Em meados da década de 20, o sanatório atingiu o seu ponto máximo, contando com cerca de 300 camas. Por essa altura tinham-se instalado por aqui as freiras da ordem Las Hermanas de la Caridad de Santa Ana, que auxiliavam, e muito, nos cuidados dados aos pacientes.

Com o recuo da tuberculose o sanatório entrou lentamente em declínio, tornando-se cada vez mais complicado de gerir. A partir dos anos 50 o fim começou a ser anunciado e, após o encerramento, as instalações ficaram ao abandono e a decadência em que as encontramos hoje tornou-se inevitável.

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A propriedade pertence à Unión Nacional de Pequeños y Medianos Productores Agropecuarios Costarricenses que ali mesmo ao lado produz produtos hortícolas. Durante muito tempo o acesso ao sanatório era livre e uma visita fazia parte das deslocações das famílias costa-riquenhas ao Parque Nacional Volcán Irazú, ali mesmo ao lado.

Em 2014 o sanatório foi declarado Patrimonio Nacional pelo presidente da Costa Rica, e entretanto os actuais proprietários decidiram prestar outra atenção ao imóvel, prestando-lhe manutenção e limpeza básica e cobrando uma entrada a quem quer que deseje visitar. É assim o segundo lugar abandonado com visitas controladas que visito, depois da prisão de Patarei. O preço são 1200 Colones e pode-se visitar das 8 às 4.

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