Masoud (also spelled Massood, Massoud, Masood, Mas’ud, Masud, Messaoud, Mesud or Mesut, Arabic: مسعود Mas’ūd, Persian: مسعود‎‎) is an Arabic name which is a popular given name and surname in Muslim countries, meaning “Fortunate”, “Prosperous”, or “Happy”.

Conheci o Masoud num final de dia. Estava cansado, adoentado e chegava à sua terra, uma pequena cidade a cerca de meia centena de quilómetros de Isfahan. Tinha chegado até ele através do Couchsurfing, um das muitas dezenas de pedidos que enviei para a miserável comunidade iraniana, mas provavelmente aquele cuja resposta positiva mais ansiava. E chegou. Podia contar com a sua hospitalidade para duas noites, uma oferta que mais tarde se estendeu. Postas as coisas pelas suas próprias palavras, “eu era aguardado de braços abertos”.

E porque me interessava tanto ficar com o Masoud? Porque o que ele prometia coincidia com tudo o que mais valorizo quando viajo… ficar com uma família, num local fora dos circuitos turísticos, fazer mais amigos, ver mais do que o sem fim de mesquitas e jardins que já se me tinham cruzado à frente do caminho. E no fim, na hora da despedida, soube que tinha recebido tudo o que era prometido e muito mais… mas cada coisa a seu tempo….

O Masoud abriu-me as portas de sua casa, mas isso foi o menos que fez por mim. Porque deu-me acesso à sua família e ao seu afecto, mostrou-me coisas fabulosas que nunca teria descoberto sem a sua ajuda, alimentou-me escrupulosamente, com todos os requintes: pequeno-almoço e almoço, cházinho a toda a hora e mais tâmaras suculentas e doces, antes do jantar a que se seguiriam peças de fruta para preparar para a deita… dia após dia, não só naqueles em que lhe tinha sugerido que me desse guarida, mas também num extra, que me vi forçado a pedir-lhe depois de verificar que tinha feito asneira no meu plano de viagem.

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Este meu amigo nasceu e cresceu onde o conheci, ao contrário da jovem esposa, Aylar, que veio para ali para estudar, conheceu-o, e ficou. Para ganhar a vida tornou-se agente de seguros, actividade que desenvolve a par da sua paixão e formação académica: computadores, tudo o que se relacione com eles. Tem uma mão cheia de irmãos, a maioria vivendo ainda por ali. E ao fim-de-semana a casa de família enche-se. É a reunião semanal, para a qual eu tive a imensa honra de ser convidado. Conheci a sua mãe e o pai, e quatro dos irmãos.

Naquela Sexta-feira, que num país islâmico corresponde ao nosso Domingo, sentei-me no chão para receber a refeição que me era oferecida. Depois, metemo-nos no carro do Masoud, que conduziu mais de 60 km para chegar aos banhos quentes onde a família decidiu ir. Éramos sete, bem apertadinhos. Foi um deleite ser integrado naquela família, que devia dar lições quase todas as famílias portuguesas do que é ser assim mesmo, uma família, unida por uma imensa amizade mútua, por laços inquebráveis de amor.

No dia seguinte, a meu pedido, fomos ao deserto. Desta vez com uma versão reduzida da família. O Masoud e a Aylar, o mano mais pequeno – um puto que parece que transpira felicidade – a mãe e eu próprio. Mais uma catrefada de dezenas de quilómetros, antes de chegarmos à beira da duna escolhida, que trepámos em enorme galhofa. Ficámos até ao pôr-do-sol, não faltou nada. Nem brincadeira, nem correrias, nem comida, nem fotografias, nem o rolar duna abaixo.

Conhecer o Masoud fez-me recordar o quão pequeno sou, e como há pessoas tão melhores que eu. Este pequeno grande homem com sorriso de menino ama a vida e todos os que o rodeiam, e encontra ainda espaço no seu coração para forasteiros como eu. Aprendeu inglês sem ajuda. A ver filmes, sobretudo. E em boa hora o fez, permitindo que viajantes do mundo o conheçam e, se forem perspicazes, se inspirem no seu exemplo de vida.

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