Dia 11 de Março de 2020, Quarta-feira

Acordei e senti logo aquele tamborilar. Estava sozinho em casa. A minha anfitriã para os dias finais de Buenos Aires recebeu-me na véspera, deixou-se estar umas horas a trabalhar na sala e depois saiu. Nunca mais a vi a não ser na hora da partida.

Levantei-me, fui à sala, olhei para a janela e lá fora o mundo era cinzento. Chovia de forma regular. A precipitação não era intensa mas claramente tinha vindo para ficar. Seria assim ao longo de todo o dia. Bem, OK, seria então a altura para descansar.

Deixei-me estar em casa. Saí para o supermercado, um belo supermercado que havia ali ao virar da esquina. À entrada um grupo alargado de sem-abrigo escondia-se da chuva nas arcadas da entrada. Fiz as minhas compras, regressei, comi. Preguiça.

A meio do dia voltei para a chuva, desta vez para regressar à tasca local para mais um bife. Fica mesmo ao lado do supermercado, um percurso que já conheço bem.

O local está quase vazio. Uma senhora muito idosa, quase cega, come o seu bife sozinha. Só pode ser uma cliente habitual. Peço o meu. Delicioso, como antes. Desta vez insisto numa cerveja mais pequena. E encomendo um pudim de pão como sobremesa. Uma maravilha.

Volto para mais uma molha até casa. A distância é curta mas chove tanto que chego a escorrer. Só volto a sair neste dia para ver um jogo da Liga dos Campeões. O Atlético de Madrid joga com o Liverpool. Encontro um restaurante mexicano gerido por um asiático antipático e sento-me ao balcão com uma cerveja a ver o jogo. Há cinco torneiras de cerveja, com variedades bem diferentes de cerveja de pressão. O meu pensamento vai para a República Checa.

Ao intervalo o Atlético de Madrid está a perder. Aborrece-me. Pago e volto para casa. Vi mais tarde que a equipa espanhola deu a volta ao resultado e acabou por ganhar 1-2. Devia ter ficado! Foi o último jogo de futebol que vi com público nas bancadas antes da pandemia de COVID-19 de 2020.

 

 

 

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