O terceiro dia em Jeddah não foi muito diferente do primeiro. Deixei-me estar em casa durante o dia, abrigado do calor e já sem saber bem o que fazer na cidade. Só saí a meio da tarde e por falta de  opções decidi explorar um pouco mais o centro histórico.

Apanhei um Uber para o mesmo ponto. As coisas estão diferentes. É o Campeonato do Mundo de Futebol. Está montada uma fan zone no jardinzinho onde tinha passeado no primeiro dia e é só para quem comprou bilhete. Toda essa área está vedada.

Uma rua de comércio no centro histórico de Jeddah

Entro no bairro histórico, tiro mais fotografias nas ruas que já me são familiares. Dá-me a sensação de que a luz hoje está diferente, mais bonita. Acabo mesmo por encontrar novos recantos. Descubro uma Jeddah pobre, decadente, suja. Mas também genuína, fascinante, intrigante.

Bebo um sumo de cana no mesmo sítio. Vejo uma torrente de homens que se dirigem na mesma direcção e sigo-os. É como que uma entrada numa zona onde há muita habitação. Uma boa parte deles parecem-me estrangeiros, talvez paquistaneses.

Um recanto tranquilo em Jeddah

Vejo pequenas e grandes mesquitas, lojas muito tradicionais. É um cenário que não imaginaria na Arábia Saudita.

A rua principal, ou pelo menos imagino que o seja, começa a fervilhar. Acaba a tarde, descem as temperaturas, mostram-se as pessoas. Não sei como serão estas vias ao serão, mas imagino que sejam bem movimentados.

Uma pequena mesquita

Nestes momentos gosto de ser um tipo baixo e de pele escura. Passo perfeitamente despercebido. Sou obviamente diferente, mas não o suficiente para chamar a atenção. Vantajoso.

Agora sim, acho que tenho tudo bem explorado. Volto devagar ao ponto de origem. O trânsito é intenso e atravessar as ruas principais é um desafio. Agora preciso de um Uber mas vai-se passar muito tempo até o conseguir. Viagens canceladas, longos tempos de espera. Que fazer, pois então, sento-me no lancil do passeio e espero, afinal não tenho pressa.

Uma esquina de Jeddah antiga

Chego por fim a casa. Os meus amigos paquistaneses cozinharam um fabuloso jantar. Para eles é uma coisa simples, um desenrascanço, para mim é um manjar, até porque adoro comida paquistanesa. Como com gosto, vamos conversando. O terceiro habitante do apartamento já regressou de viagem por isso terei que dormir no mesmo quarto que o Hani. A refeição acaba com uma variedade de tâmaras, à laia de sobremesa.

Saio à rua para ir ao supermercado. Gosto deste bairro. Mesmo à noite a temperatura é alta, está abafado, vou suando um pouco. As ruas são escuras, a iluminação pública é deficiente. Há pessoas que andam por ali. É uma zona residencial, muito genuina. Ficam-me na memória as andanças a pé no bairro do Hani.

Encontro o supermercado, abasteco-me do que preciso, pequenos mantimentos para me entreter durante o dia e umas quantas guloseimas. Agora é regressar e dormir.

Um bazar na Jeddah antiga

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