Esta foto pode não ter o charme de outras que se encontram nesta secção e pelo blogue. Mas é espantosa. Não a foto, que tecnicamente não tem nada. O que mostra é que é espantoso. E isto sucede no Senegal, quando venho de Saint Louis, bem no norte do país, sempre encostado à fronteira com a Mauritânia. A ideia é chegar a Podor. Tinha apanhado o sept place (carrinhas alteradas para oferecerem sete lugares de passageiros que são a espinha dorsal dos transportes entre cidades senegalesas) mas quando chego a Ndiayene, junto à Estrada Nacional 2, sou “despejado” gentilmente pelo condutor que explica que terei que mudar de viatura e que já tratou do pagamento.

Fico ali, num terreiro com algumas carrinhas de aspecto duvidoso e uns quantos senegaleses a olhar para mim. Alguma confusão. Indicações e contra-indicações e sim, é nesta aqui, é esperar um bocadinho. E é aqui que entra a fotografia de hoje: esta era a carrinha que iria para Podor. Estão a ver bem? Dá para acreditar? É difícil, não é? Comigo passou-se o mesmo, de tal forma que me instalei e depois de observar atentamente o estado daquele volante (esqueçam o pára-brisas partido e tudo o resto, é normal) conclui que não, que tinha entendido mal e que a ideia era esperar alo confortavelmente enquanto traziam o carro devido. Mas pelo sim pelo não, tirei esta fotografia. O meu gesto foi detectado por um dos senegaleses que logo comentou com o dono da viatura que se limitou a sorrir misteriosamente.

Uns minutos depois, quando um tipo abriu a porta do condutor e começou a montar o volante afanosamente ficou claro que afinal tinha percebido bem à primeira. Era mesmo naquela carrinha que ia fazer 16 km até ao meu destino. Eu e mais a multidão de pessoas locais que entretanto foram chegando e que atafulharam o espaço. Felizmente tinha sido o primeiro a chegar e segui à frente.

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