A Europa prepara-se para uma verdadeira paragem no tráfego aéreo. O SNCTA, o maior sindicato dos controladores de tráfego aéreo em França, anunciou uma greve de 24 horas para os dias 18 e 19 de setembro. Esta decisão, que resulta do colapso nas negociações com a Direção-Geral da Aviação Civil (DGAC), terá efeitos muito além das fronteiras francesas.

França ocupa uma posição absolutamente central no espaço aéreo europeu. Grande parte das rotas entre norte e sul, assim como este e oeste do continente, dependem da passagem pelos céus franceses. Quando os controladores param, não é apenas França que sofre: é toda a rede de voos na Europa que fica bloqueada. Não se trata de um impacto limitado ou de possíveis atrasos localizados — uma greve desta dimensão paralisa de facto o sistema aéreo europeu.

A razão é simples: cada avião cumpre uma sequência de voos encadeados, e um cancelamento em Paris, Lyon ou Marselha gera atrasos que rapidamente se propagam a Londres, Madrid, Roma ou Lisboa. Ao fim de algumas horas, os efeitos em cascata espalham-se por dezenas de aeroportos, provocando reprogramações em massa, desvio de aeronaves e colapso nos horários.

Os aeroportos franceses, sobretudo Paris-Charles de Gaulle e Orly, serão os primeiros a ressentir-se, mas passageiros em qualquer ponto da Europa devem estar preparados para alterações inevitáveis. Voos domésticos em países vizinhos, ligações transatlânticas ou até rotas de curta distância poderão ser afetados, já que as companhias aéreas terão de reorganizar toda a malha de ligações.

O SNCTA acusa a administração de manter práticas de gestão punitivas e um clima de desconfiança, afirmando que a greve é o último recurso perante anos de degradação. Outros sindicatos ainda não confirmaram se se juntarão ao protesto, mas mesmo que não o façam, a paralisação convocada pelo SNCTA é suficiente para mergulhar o tráfego aéreo europeu no caos.

Para já, não existe acordo à vista. O sindicato mantém abertura ao diálogo, mas garante que sem mudanças concretas a greve avança. Para quem tem viagens marcadas nos dias 18 e 19 de setembro, a recomendação é inequívoca: preparar-se para atrasos, cancelamentos e uma disrupção que, inevitavelmente, terá alcance global em toda a Europa.

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