22 de Janeiro de 2023

O tempo em Diu passou depressa. Já é o último dia de uma estadia que deixará doces memórias.

Volto à fortaleza, porque não. Uma última visita, uma despedida. A luz da manhã está ainda bastante dourada, há uma serenidade no ar. Lá dentro não está basicamente ninguém. Nem as moças dos trabalhos pesados entraram ainda ao serviço.

O pequeno-almoço no sítio do costume e mais umas voltas por paragens já conhecidas. A nossa anfitriã está na missa. À saída conversamos um pouco, falamos do cemitério católico, um local que não consegui encontrar. E as coisas propiciam-se porque está ali gente de Diu de visita, emigrantes no Reino Unido, que querem visitar uma campa no tal cemitério escondido. Uma boa oportunidade e vamos junto.

Lá está ele, de facto bem refundido e fechado. Com ajuda as coisas são diferentes, podemos visitar este tranquilo cantinho. O padre é um tipo antipático e rude, ouvimos dizer que não é só a minha opinião, não é uma figura querida da comunidade.

Terminada a visita, voltamos a casa. Para sair pouco depois para um passeio diferente, por uma área da pequena cidade por onde ainda não tínhamos passado. E que feliz ideia essa! Passámos por ruas pitorescas, ladeadas de casas interessantes, a transpirar história, com menos passado lusitano, mas plenas de detalhes e de cor.

Tirei muitas fotografias, deliciado com janelas elaboradas, alguns traços do passado português. As omnipresentes vacas vagueiam pelas ruas, que são cruzadas por motoretas e mulheres vestidas à hindu. É um Diu diferente, paralelo.

Chegamos à muralha. Tinha visto imagens muito apelativas desta muralha e da sua porta, mas a estrutura foi renovada e com isso foi-se toda a magia. E agora uma simples parede.

O voo para Mumbai, de onde outro avião nos levará até Goa é apenas a meio da tarde, ainda há tempo para ver mais coisas. Mas para já será hora de regressar ao alojamento. Os anfitriões ficaram de combinar o nosso transporte. Um tuk-tuk tratará de nos levar até próximo do aeroporto. Na realidade passaremos junto ao portão do terminal e seguiremos um pouco mais, até à praia de Nagoa, onde se encontram diversos hotéis, uma zona muito turística, muito popular entre os locais e os seus visitantes indianos.

De certa forma foi uma perda de tempo. Deu para ver, mas não para apreciar. É de facto muito turístico e no pior sentido. A praia em si não é nada de especial mas está cheia. Há gente a alugar todo o tipo de dispositivos poluentes e perturbadores para usar no areal e na água: moto 4, motos de duas rodas, motas de água, barcos e tudo o mais que possamos imaginar.


Só ficámos o tempo necessário para se fazerem horas de ir para o aeroporto. Na realidade aquilo é mais um aeródromo. Abre um pouco antes do voo diário marcado – um voo que não é fácil de encontrar online, é operado por uma pequena empresa e não está presente no Skyscanner ou outros motores de busca – e as instalações são muito simples.

Correu tudo bem. Chega o passarão, propulsão com turbohélice e aquela barulheira característica. Embarcamos todos, vamos voando até Mumbai, é um voo relativamente curto, cerca de uma hora. Mudar para o voo para Goa é pacífico e aterramos já de noite. Tal e qual como na primeira visita, em 2019.

E da mesma maneira apanhamos o transporte agendado, para a mesma casa de hóspedes. É um reviver, um reviver esperado que será interrompido no dia seguinte pela enorme decepção de ver uma Panjim muito diferente da que residia na nossa memória.

 

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