O décimo quinto dia da viagem pelo México foi uma jornada de trânsito. Acordámos em Xalapa, haveríamos de adormecer em Puebla, mais a norte, já próximo da Cidade do México.
Como nos últimos dias a manhã revelou-se cinzenta, tristonha, húmida. Andei por ali um bocado, à procura de um lugar para tomar o pequeno-almoço. Tinha tomado nota mental de um café interessante, uma mistura de livraria e café, mas quando passei estava semi-fechado, com um aspecto tão deprimente como o dia.
Acabei por comer umas panquecas que comprei numa banca no jardim daquilo que funciona como praça central, o zocalo, de Xalapa. Muito baratas, não especialmente boas.
Visitei um pequeno museu ali perto. Fraquito. Algo que vi muito no México, museus que não têm basicamente espólio, são meras sequências de texto impresso em grandes dimensões e ilustrado com imagens também impressas. Como um livro gigante. Tenho dificuldade em chamar a isto de “museu”.
Caminhei um pouco mais pela cidade, sem um destino fixo. O céu abria-se um pouco. Menos mal. Um dia que ilustra o sentimento de frustração que reinou em boa parte desta viagem pelo decepcionante México.
Por fim passámos pelo hotel para levantar a bagagem e seguiu-se uma caminhada pacífica até à estação de autocarros. Para Puebla. Uma viagem sem história e sem paisagem, com a monotonia de sempre.
A chegada também não foi brilhante. O dia extinguia-se, havia um burburinho na cidade, muita gente, trânsito, poluição, ruído, agressão sensorial. Pelo menos o alojamento foi brilhante. Um apartamento pelo preço de um quarto, bem equipado, espaçoso e geralmente sossegado. Isto, depois de ter pedido para mudar. O primeiro que me deram era virado para a rua. O segundo, muito melhor, era interior, mas com alguma luz natural. E muito mais agradável.
Comemos uma pizza sofrível só para matar a fome. O zocalo estava demasiado confuso, a primeira impressão – que não seria duradoura – de Puebla não era decididamente boa.
