Este foi um dia para abrandar. A véspera tinha sido intensa. Tanto para ver, para visitar. Agora restava uma sensação de que Puebla estava ultrapassada, era tempo para seguir. Ou quase.

A escolha recaiu sobre San Andrés Cholula. Outrora uma localidade separada, com o crescimento urbano de Puebla foi engolida pela cidade, tornou-se um subúrbio de luxo, um local muito querido dos habitantes.

Chegar lá é simples. Há autocarros a circular entre o centro histórico de Puebla e San Andrés de Cholula e um comboio turístico, gratuito, que contudo nesta época de COVID tinha apenas duas partidas diárias.

Uma viagem rápida, um percurso urbano. O autocarro deixa-me no centro histórico desta outra entidade urbana. Está um dia encantador. Céu bem azul, com algumas nuvens a temperar a cor. E uma temperatura ideal para passeatas.

Chego à praça principal depois de passar por algumas ruas animadas, um ambiente genuíno. Aqui já vejo alguns turistas. Devo ter visto mais turistas em San Andrés de Cholula do que propriamente em Puebla.

Sento-me a beber uma cerveja fresca num café sob umas arcadas. Está-se bem. Quando chega a hora levanto-me. Espreito o pitoresco convento de San Gabriel Arcangél, pintado no seu amarelo quente. Não nada muita gente por ali.

Compro um copo de frutas a uma vendedora de rua e sento-me na relva à sombra de uma árvore a tomar aquele almoço ligeiro.

Agora vou ao santuário da Virgem dos Remédios, o ponto mais famoso da localidade, local de peregrinação e ponto de convergência dos muitos visitantes mexicanos que aqui vêm.

Chego lá caminhando por uma rua ladeada por bonitas casas tradicionais com muitos restaurantes e lojas de recordações.

À entrada do perímetro um par de polícias municipais vai observando quem entra, uma palavra aqui e acolá para corrigir algum comportamento indesejado, geralmente uma máscara por colocar.

É meio do dia, o calor aperta e a subida é ingreme. Alguns mexicanos com claro excesso de peso sofrem com a caminhada, enquanto as crianças correm alheias às dificuldades alheias.

A meio da subida há um pequeno campo com árvores, vêem-se pessoas ali sentadas a contemplar a vista da cidade.

Lá em cima dou a volta ao santuário, aprecio a panorâmica, repouso um pouco. E está visto. Agora é descer, inverter o caminho.

Ainda ando por ali um pouco, vejo a estação do comboio turístico, tudo super moderno. Há um recinto vazio, como se fosse um espaço para feiras. E de facto há uma longa linha de barraquinhas, quase todas fechadas, o que é intrigante, porque se estão fechadas numa bonita tarde de fim-de-semana, então quando abrirão… ?

Volto para o centro. Pergunto a um polícia onde se apanha o autocarro para Puebla. É mesmo numa esquina do zócalo. Mas espero e espero e nada de autocarro. Farto de esperar decido-me por um Uber.

Viagem confortável até casa. Está feito o dia. Agora há que escutar a lição de espanhol da vizinha do lado e ultimar os preparativos para a partida do dia seguinte. Para Oaxaca.

 

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