*****Última Hora: GREVE DESCONVOCADA******
Depois da greve de Setembro, entre os dias 7 e 10 de outubro de 2025, a França irá enfrentar uma greve de controladores aéreos, convocada pelo principal sindicato da categoria, o Syndicat National des Contrôleurs du Trafic Aérien (SNCTA). A paralisação deverá ter impactos significativos no tráfego aéreo europeu, afetando milhares de voos e, em particular, os que se dirigem ou partem de Portugal. As autoridades francesas já alertaram que a ação poderá comprometer a capacidade de gestão do espaço aéreo, uma vez que os controladores exigem ajustes salariais para acompanhar a inflação e melhorias nas condições de trabalho, além de uma revisão da gestão do setor que consideram demasiado rígida e sobrecarregada. O sindicato afirma que a greve é uma medida necessária para pressionar o governo a negociar mudanças que permitam reduzir a pressão sobre os profissionais e garantir segurança operacional.
Companhias aéreas europeias já estão a planear contingências, antecipando cancelamentos e atrasos. Para Portugal, os voos mais afetados deverão ser os que sobrevoam o espaço aéreo francês. Fontes do setor aéreo indicam que, se a greve se prolongar durante todo o período anunciado, poderá haver cancelamento de centenas de voos diários e necessidade de reprogramação de passageiros em alternativas com escalas em outros países. Empresas como a TAP Air Portugal e a Ryanair estão a preparar planos de contingência, incluindo avisos antecipados aos passageiros e possíveis remarcações automáticas, mas reconhecem que o impacto dependerá da adesão efectiva à greve e da capacidade do serviço de controle aéreo de manter operações mínimas.
O governo francês, através da Direção-Geral da Aviação Civil, prevê medidas para mitigar os efeitos da paralisação, solicitando às companhias aéreas a redução do número de voos programados e o redirecionamento de algumas rotas. Representantes do sindicato afirmam que não se trata apenas de salários, mas de segurança e condições de trabalho, e que a adesão deverá ser elevada. Autoridades portuguesas acompanham de perto a situação, mantendo contacto com as companhias e o Eurocontrol para gerir possíveis interrupções. Espera-se que passageiros portugueses sejam alertados com antecedência sobre possíveis alterações, sendo recomendado o acompanhamento constante das atualizações das companhias aéreas e aeroportos.
Analistas de aviação salientam que o impacto económico poderá ser considerável. Além das perdas diretas das companhias aéreas com cancelamentos, haverá custos adicionais com logística, atendimento ao cliente e compensações potenciais, sem falar nos efeitos indiretos para turismo, transporte de mercadorias e serviços conexos. Ao mesmo tempo, a greve poderá servir como catalisador para negociações entre sindicatos e governo francês, uma vez que a pressão internacional e a atenção mediática sobre o tráfego aéreo europeu tornam a situação sensível. Algumas vozes no setor sugerem que, se houver interrupções significativas, poderá haver influência nas políticas de regulação e na forma como futuros conflitos laborais são geridos, com maior atenção à proteção de voos internacionais que sobrevoam o território francês sem aterrar no país.
Para os passageiros portugueses, a recomendação é manter flexibilidade nos planos de viagem e considerar alternativas, incluindo voos com escalas fora da França ou o recurso a transportes terrestres para ligações curtas. Companhias aéreas deverão fornecer informações detalhadas sobre cancelamentos e remarcações, mas a situação poderá evoluir rapidamente nos dias que antecedem a greve, dependendo das negociações entre governo e sindicatos. Especialistas em aviação avisam que a mobilização, mesmo que parcial, será suficiente para criar congestionamentos no espaço aéreo, com atrasos em cadeia em toda a Europa, o que significa que passageiros de e para Portugal devem esperar impactos logísticos significativos e planeamento antecipado.
A greve de 7 a 10 de outubro promete ser um teste à resiliência do sistema de tráfego aéreo europeu e à capacidade de gestão de crises, refletindo não apenas questões salariais e laborais, mas também a complexidade de coordenar rotas internacionais em tempos de conflito laboral. A forma como o governo francês e as companhias aéreas lidarem com a situação poderá estabelecer precedentes para futuras greves, enquanto passageiros e empresas portuguesas terão de se adaptar a mudanças temporárias que poderão alterar planos de viagem e operações comerciais em toda a região.