As regras de entrada para turistas no Irão passaram por alterações significativas em 2025, com impacto direto em quem planeia visitar o país como viajante independente. A partir de Agosto de 2025, entrou em vigor um conjunto de exigências que tornaram obrigatória a entrada com pacotes turísticos organizados por agências de viagens registadas no país.
Segundo várias fontes, essa nova política proíbe ou restringe fortemente o turismo independente para cidadãos de países da Europa, Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Reino Unido e Canadá.
Sob o novo regime, qualquer visitante que necessite de visto deverá contratar uma agência de viagens iraniana oficialmente licenciada. Essa agência deverá agir como intermediária no processo, assegurando que o turista siga um itinerário previamente aprovado, com datas de entrada e saída definidas, os pontos de fronteira claros, e o alojamento reservado em hotéis ou alojamentos oficialmente reconhecidos. Ficar com particulares, usar plataformas de “couchsurfing” ou alojar-se em casas informais deixou de ser aceite para muitos casos.
Além disso, tornou-se obrigatório que o turista seja acompanhado por um guia licenciado durante a viagem — seja um para todo o percurso ou guias locais em diferentes etapas da rota. Os viajantes por via terrestre — por exemplo de carro, mota ou bicicleta — enfrentam obrigações adicionais quanto à necessidade de guia e alojamento em lugares registados.
No que respeita à documentação, as exigências aumentaram visivelmente. O requerente do visto deverá fornecer, além dos documentos normais, um “arquivo de currículo” onde constem o histórico de viagens, educação, ocupação profissional e até links para perfis em redes sociais. Claro, é também preciso apresentar o contrato com a agência de turismo, o itinerário detalhado e a confirmação das reservas de hotéis. O tempo de processamento do visto, segundo as fontes, situa-se entre duas a três semanas.
Porém, é fundamental referir que de acordo com uma atualização de Setembro de 2025, a aplicação destas regras parece estar limitada a determinadas nacionalidades — principalmente cidadãos europeus, australianos, neozelandeses, dos EUA, Reino Unido e Canadá. Para outros cidadãos, ainda poderá ser possível entrar através dos procedimentos anteriores, dependendo da embaixada ou entidade consular.
As motivações para estas mudanças são múltiplas. Conforme relatado, o governo iraniano justifica as medidas com base em segurança, organização do turismo, controlo sobre fluxos de visitantes e apoio ao sector formal de turismo (agências licenciadas, hotéis regulados). Por outro lado, algumas organizações de turismo vêem-nas também como forma de salvaguardar comunidades locais, assegurar que os visitantes permaneçam em rotas planeadas e registadas, e evitar pernoites em alojamentos informais onde o benefício económico não se distribui equitativamente.
Para quem planeia uma viagem ao Irão nos próximos meses, o que se impõe é uma preparação cuidada. Se o teu passaporte for de um dos países visados pelas novas regras, deves contactar uma agência de turismo iraniana licenciada, reservar um programa com guia, alojamentos e itinerário antes de submeter o pedido. Em segundo lugar, prepara todos os documentos exigidos: currículo-viagem, histórico, social media, contrato com agência, reservas de alojamento, definição de entradas/saídas e pontos de fronteira. Em terceiro lugar, antecipa o pedido: tendo em conta o prazo de duas a três semanas, melhor iniciar o processo com bastante antecedência.
Importa também reservar alojamento em hotéis ou guesthouses registadas — evitado-se usar alojamentos informais ou ficar em casas de particulares. O itinerário deverá seguir-se rigorosamente, pois as autoridades iranianas esperam conformidade com o plano autorizado. Em último lugar, considera que as regras podem mudar rapidamente, pelo que consultar a embaixada do Irão ou agência credível é aconselhável.


