15 de Janeiro de 2020, Quarta-feira

Neste último dia em Bogotá, senti que já chegava. Não sentia motivação para fazer mais nada, para visitar mais nada, apesar de ter toda a manhã livre. O voo da Wingo para Quito seria só depois do almoço. Até lá… olha, fui fazer a única coisa que me tinha ficado para fazer em 2016: visitar o Museu Militar.

Ir até lá não foi nada complicado. Afinal, estava a um quarteirão de distância. Lembro-me que na minha primeira passagem por Bogotá o problema foi que não o encontrei. Ou encontrei e estava sempre fechado. Desta vez não se colocou nenhum problema. Fui lá direitinho e estava aberto ao público.

Entrei depois de fornecer os meus dados à entrada. A visita é gratuita. E o museu não é grande coisa, é visto ao correr do passo. Um pormenor ou outro mais interessantes, uma benção pela possibilidade de se tirar fotografias a gosto e pouco depois estou a sair despedindo-me dos guardas.

Últimos preparativos para partir da Colômbia. Tenho algum dinheiro a sobrar. Compro medicamento para a altitude numa farmácia, tento gastar mais algum a cortar o cabelo e barba mas não encontro opções.

Agora é chamar o Uber, que logo aparece à porta do hostel, e para o aeroporto. Pouco depois, um momento de alguma ansiedade: parece que para entrar no Equador é preciso prova de voo de saída, coisa que não existe até porque a saída será por terra, para o Perú.

O funcionário da Wingo manda esperar. E agora, ai e agora. Bem, não é o fim do mundo, podemos mudar o alinhamento da viagem, comprar outro voo, resolver as coisas. Mas, claro, não é agradável. Ninguém gosta de deitar dinheiro à rua e, de certa forma, de ter planos alterados.

Colocados a um canto com uma senhora numa situação que também foge às regras esperamos que ele trate dos procedimentos de acesso na porta de embarque a todos os outros passageiros. Pensei que terminado isso se virasse para nós e fizesse uma série de perguntas ou contactasse um supervisor… mas não… terminado o embarque de todos os outros, trata de nós como se fossemos apenas os últimos passageiros a chegar. Tanto melhor!

O voo é curto. Cerca de uma hora. À chegada tenho um condutor enviado pelo hostel. Antes há que levantar dinheiro. Sem problemas. Comprar um cartão para o telemóvel. Demasiado caro no aeroporto.

Encontramos o senhor que nos espera. Uma simpatia! No exterior do aeroporto o ambiente é extraordinariamente calmo. É um fim de tarde lindo. Mal eu sabia que os bonitos dias de céu azul estavam prestes a acabar e que o azul no céu se tornaria um bem raro nas semanas que se seguiriam.

Há muito trânsito, é hora de ponta. A circular a Quito está cheia de carros mas raramente há paragens. Vamos à volta, em vez de entrarmos pelo caminho mais curto. Ele diz que é melhor. Diz isso e muito mais. Fala pelos cotovelos, e só no capítulo das recomendações gastronómicas tenho matéria para escrever vários artigos. Falamos do nosso plano de vista ao Equador, da segurança, do problema dos refugiados venezuelanos, do tempo e da cidade. E chegamos, já noite cerrada.

Não gostei muito do hostel. Tinha críticas excelentes, especialmente em relação à proprietária. Para nós foi tudo menos acolhedora, aliás, nem um “olá”, quando veio falar com a voluntária que tratou de tudo e que devia ter chegado ao país para aí na véspera.

Para o dia seguinte certamente haverá que mudar de alojamento. Mas para já era necessário sair para comer. Segurança, OK nas imediações mas não para caminhar até ao centro. Mais uma razão para sair dali.

Vamos comer ao local recomendado. Uma pizzeria com outras opções. Estava cheia, muito animada, com muitos locais e também alguns estrangeiros. Foi uma boa refeição, saborosa e com um ambiente muito animado. Uma memória agradável do dia da chegada a este novo país que é o Equador.

 

 

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