O primeiro dia em Andorra foi condicionado, e de que maneira, pela noite que o antecedeu. Com um voo brutalmente matinar entre Argel e Barcelona, decidimos pernoitar no chão do aeroporto da capital argelina. Isto para evitar o stress de acordar ainda de noite e encontrar um transporte efectivo para o aeroporto a tempo do embarque. Não é para mim. Prefiro jogar pelo seguro.

Assim, nas calmas, lá fomos, ao serão, de autocarro, para o aeroporto. Um terminal pacato e sossegado, onde encontrámos um bom espaço num restaurante encerrado para a noite, com um chão de alcatifa e uma série de poltronas.

Ali mesmo, de surpresa, tive a oportunidade de conhecer o meu amigo, até então virtual, Patrick Marques, que estava num hotel em Argel com carro. Teve a gentileza de nos visitar nos nossos alojamentos improvisados e a conversa foi boa, apenas interrompida porque era necessário dormir um pouco para existirem condições mínimas para o dia seguinte.

Com sono foi o despertar e o voo para Barcelona. Levantar o carro e iniciar a viagem para Andorra.

Boas estradas, bom tempo, bom carro. Tudo conjugado para uma excelente jornada. Que o foi, sendo apenas prejudicada pelo sono. Fez-se mesmo uma paragem para uma soneca. Teve de ser, sob o risco de as coisas correrem mal ao volante. E de facto daí para a frente a situação melhorou.

No percurso entre Barcelona e Andorra houve a oportunidade de visitar uma série de aldeias. Paragens que temperaram a viagem e que muito gosto me deram. Foram locais encontrados de improviso, sem planeamento. Simplesmente estavam no caminho e as paragens sucederam-se com naturalidade.

Vimos assim uma Catalunha diferente, rural, que parece sofrer de uma desertificação como a que vemos no Portugal profundo, com aldeias vazias, mortas, desertas.

A luz estava espectacular e destas paragens resultaram belas fotografias. Não trazia grandes expectativas para esta viagem e afinal as coisas estavam a funcionar muito bem.

Chegada a Andorra, com passagem por uma fronteira existente mas muito liberal. Simplesmente passámos, devagarinho, sem que ninguém nos mandasse parar. E depois, foi encontrar o hotel marcado, que seria outra agradável surpresa, apesar do recepcionista inglês, um tipo arrogante e antipático. Tirando esse cromo, o Hotel Milá foi uma grande escolha. O quarto, impecavelmente limpo e bem equipado, tinha uma vista de sonho sobre o vale, e as montanhas nevadas estendiam-se a perder de vista.

O resto deste primeiro dia, depois de estacionado o carro na garagem do outro lado da rua, foi basicamente passado a recuperar as horas de sono perdido, num quarto bem aquecido e confortável.

 

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