14 de Setembro de 2024
Na véspera não pudemos visitar o Queens College mas hoje foi prioridade, logo, após um leve pequeno-almoço tomado em casa saímos com esse objectivo. Um passeio a pé até ao centro histórico por vias há conhecidas e sempre agradáveis – especialmente em mais um dia com muito sol em Cambridge – e chegámos à portaria principal.
Ora lá estava um cartaz a dizer que se encontravam fechados para visitas. Intrigante. A senhora ontem tinha sem dúvida dito que hoje poderíamos visitar. Bem, sou gajo que respeito o que me dizem, e a informação mais fresca é este cartaz. Mas algo me impeliu a entrar e perguntar.
Aproximo-me de um porter e pergunto-lhe. A partir daqui desenrolou-se uma cena caricata, quer dizer, o homem era um espectáculo. Com uma energia estonteante e parecendo dizer tudo ao mesmo tempo, disse que sim, que estava aberto para visitas, que sim, que imagina que tinha visto o cartaz, que sim, que a culpa era dele porque se tinha esquecido de o retirar. E portanto, como a culpa era dele, para compensar ia-nos dar uma borla. Isso mesmo! Visitámos o Queens College à borla. Melhor ainda, teoricamente os visitantes não poderiam entrar por ali, mas sim pela outra extremidade da faculdade, o que era ainda uma volta a dois quarteirões, mas também esse pequeno desconforto foi-nos poupado como bónus da falha do serviço.
Foi uma visita muito agradável. Pouca gente também por lá. Mesmo muito pouca. E sem estudantes, o local estava por nossa conta. Percorremos os diversos espaços, seguindo de forma inversa o mapa que o porter nos tinha dado. Um belo momento!
O resto do dia foi feito de um deambular intenso. Cheio de experiências mas complicado de narrar, como o são os detalhes e as descobertas saborosas mas sem relevância.
Deliciámo-nos a encontrar as pequenas portas, as Dinky Doors, um projecto anónimo, segundo parece desenvolvido por um casal, que espalhou por Cambridge um número de portas em miniatura, escondidas mas à vista de todos, com detalhes fabulosos. A ideia parece ter perdido força e já faz algum tempo desde que a última destas portas nasceu algures num recanto secreto. Actualmente, à data da minha visita, existem quinze. E estão mais ou menos detalhadas no website oficial do projecto.
Metemos o nariz no Pub RAF, bem no centro, um lugar mítico, frequentado durante a Segunda Guerra Mundial pelos pilotos ingleses baseados na base aérea local.
Caminhámos pelas ruas mais charmosas da cidade, ladeadas de casas vitorianas feitas do característico pequeno tijolo inglês. É fim-de-semana e há muita gente de passeio. Por outro lado, menos estudantes.
Ao fim do dia, já com a noite a cair, fui ao pub local, lá da rua, beber uma caneca de cerveja. Infelizmente o ambiente estava um bocado morto, mas não podia perder esta oportunidade de visitar um clássico pub inglês.
O serão passou-se em casa. Na vista a Cambridge os dias eram bem cansativos, com muitos quilómetros percorridos a pé. De forma que depois do sol se deitar e com a temperatura a descer o conforto do pequeno apartamento era demasiado tentador.
E mais uma noite descansada e tranquila.