Neste momento há um intenso debate entre os especialistas do sector sobre a tendência das tarifas aéreas após o pico da crise COVID-19.

Os cenários são variados e passam também pelas medidas que se tornarão obrigatórias para o serviço de transporte aéreo de passageiros a curto e médio prazo. Que meios de higienização serão introduzidos e que custos trarão para as companhias que sobreviverem ao primeiro impacto? Qual será a perda de assentos nas aeronaves para garantir o necessário distanciamento entre passageiros? Estes são alguns dos factores a considerar na análise da tendência de preços para os meses que ai vêm.

Para já há preços incrivelmente baixos para voos previstos acontecerem no período que se seguirá ao verão. Aliás, nunca terá sido tão barato voar para destinos longínquos e fascinantes.

Contudo, muitos analistas crêem que esta tendência se inverterá, acreditando que as companhias aéreas farão reflectir no preço das passagens a perda de rentabilidade dos voos. Se a média de ocupação de lugares descer, como certamente descerá, é provável que os passageiros que seguirem viagem tenham que pagar pelos que não o fizeram. Ou porque a motivação para a mobilidade decresceu, por receio, ou devido às medidas de segurança e higiene que certamente serão introduzidas.

O analista de aviação civil Seth Kaplan acredita que os preços se manterão baixos como forma de atrair clientes num mercado que se adivinha difícil.

Em declarações à Lonely Planet, Kaplan diz que “tarifas aéreas funcionam sempre em função das leis de oferta e procura do mercado. Quando a procura cai, os preços caem. Neste momento a procura caiu claramente a pique, o que causa a queda de preços, e as companhias reduziram a oferta de lugares, o que causa subida. Trata-se, por outras palavras, de um balanço. Contudo, um factor importante a ter em causa é a perda de poder de compra devido às consequências económicas da pandemia. Empresas e consumidores finais não terão a mesma capacidade financeira para a aquisição de passagens aéreas, pelo menos a curto e médio prazo. E, afinal de contas, as companhias não podem estabelecer os preços a seu gosto, poderão ir apenas até onde os potenciais clientes deixarem.” 

Uma outra possibilidade, que o próprio Kaplan reconhece, é que a procura se mantenha baixa mas basicamente composta por clientes capazes e dispostos a pagar preços mais elevados. Uma espécie de retorno ao cenário dos anos 70 e 80.

Já o CEO da Ryanair, Michael O’Leary, afirma estar optimista. Não acredita que as companhias sejam forçadas a reduzir lugares, uma medida que considera não só inviável como inútil.

O’Leary pensa que assim que a possibilidade de viajar de avião regressar, os preços se manterão nos níveis pré-crise ou descerão mesmo, à medida que as companhias que se mantiverem lutam para sobreviver numa guerra de preços sem igual.

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