O despertador acorda-me, um acto que sinto como uma agressão violenta. Tenho bastante sono, claro. São 6:45. O Jalal queria o despertador para as 6:30 mas isso já era mesmo demais.

Acordei e vesti-me em segundos. Ele trouxe um pequeno almoço para a mesa. Chá, manteiga, queijo e o pão da véspera. Adorei o queijo, uma mistura entre feta e queijo fresco.

Vamos para a estação de autocarros, depois das despedidas. A senhora ensaia umas gentis frases: “goodbye”. “Bonne Voyage”. Simpático.

Vamos em silêncio, entre fosso comunicacional e sono matinal. Chegamos dez minutos antes da partida, já lá está o autocarro, totalmente branco. O Jalal troca umas palavras com o responsável pelas operações da companhia, que se vira para mim e diz: “Welcome to the bus”. Obrigado.

A viagem decorreu pacífica. Uma progressão mais lenta de início, com paragem numa loja para abastecimentos. Mais à frente, paragem mais prolongada para almoço. Nada a referir na paisagem. Dormito, escrevo um pouco e leio. As horas vão-se passando.

A quinta do meu anfitrião

A sensivelmente meio do percurso entramos na auto-estrada e o conforto aumenta, com um rolar suave. O horário parece estar a ser cumprido. Vejo o mar, mesmo ali ao nosso lado. Baku avista-se pouco depois, com os seus amplos subúrbios. A chegada à estação de autocarros é simples. Está estrategicamente localizada junto a uma marginal à cidade, o que nos permite evitar o trânsito.

Por esta altura tinha tomado uma decisão: não iria fazer o passeio pelos pontos de interesse na região, que tinha sido um dos factores que me levara a encurtar a estadia fora da cidade e deixar Ganja para outra ocasião. Os tipos da agência não me tinham respondido no Facebook, e depois tenho uma resistência natural a tours. Além disso, ainda seriam uns 35 Euros, o menor dos factores. Também importante era o meu desejo de passar tempo com a minha querida Baku, ir aos locais que me tinham faltado e para os quais tinha criado uma lista: edifício do Museu da Carpete, Maiden (sei lá traduzir isto….) Tower, Mini-Veneza.

Junto ao terminal rodoviário há uma estação de metro, única de um ramal criado especialmente para o efeito. Adoro como tudo é tornado simples neste país, pelo menos aos meus olhos, enquanto visitante.

Planeava sair na estação central, a 28 de Maio, e caminhar o cerca de um quilómetro até ao hotel, mas o metro vinha tão cheio que, vendo a oportunidade, evadi-me uma paragem antes. Caminhei um pouco mais mas fiquei melhor servido. Andei por ruas já conhecidas, sentido que já dominava algumas referências da cidade.

Cheguei ao hostel onde fui recebido como um velho amigo. A minha cama ainda não estava preparada, foi preciso fazer algum tempo. Descansei um pouco, larguei as coisas e saí para almoçar. Acabei por me decidir por uma pizzeria onde comi bem na companhia de um palhaço. Literalmente. A sério.

O resto do dia não foi grande coisa. Estava cansado de mais para sair e o ambiente no hostel era um pouco desagradável. Música a pastilhar, a sala só com gajos, uma espécie de clube masculino com muita hormona aos saltos, especialmente os indianos e os azeris. Aguentei-me!

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